Soneto

Noite Dia

Batendo nas soturnas grades frias

Da luta agônica fatal, a Vida,

A dissolver-se nas alegorias

Do Nada, pela Morte era vencida!

 

Mãos torturadas, tais abstrusas crias,

Semelhavam o horror da Ideia Incriada!

No obscuro devir das filosofias,

Jazia, in utero, a criança estraçalhada!

 

Escute! Num lampejo sanguinário,

Choram as sepulturas do estelário

Sombrio – um milhão de almas abortadas,

 

Das quais ninguém escuta o último grito…

É a geena fulmínea d’um estrito

Despontar das dores arrebatadas!

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